terça-feira, 13 de julho de 2010

Teu Olhar


Primeiro dia de aula sempre assusta, pelo menos eu me assusto com ele! Sou um pouco tímida e era a primeira vez que eu mudava de colégio, então eu estava com muito medo. Sabemos que uma primeira impressão conta muito em novas amizades. E também sabemos que quando alguém inventa ser outra pessoa, sempre se da mal no fim. É, eu seria eu mesma, com minha timidez e minhas bochechas rosadas.

Ninguém falou comigo até o primeiro sinal, fiquei uns cinco minutos procurando minha sala. Quando entrei todos estavam fofocando sobre as férias. Um pouco antes do intervalo eu já estava conversando com a maioria, eram pessoas legais, percebi que escolhi o colégio certo.

Quando desci para o intervalo, vi um grupo de meninos pelo caminho, um deles me chamou atenção. Ele estava rindo, na verdade todos estavam, mas foi o sorriso dele que me chamou atenção. Enquanto eu o olhava e andava, Ele me olhou de volta, sorrindo ainda mais. Tenho certeza que nesse momento fiquei roxa.

Me sentei com meus novos colegas, ficamos conversando, pelo que percebi, apenas eu e mais uma menina havíamos entrado na sala como alunas novas. De repente, Ele chegou e sentou conosco. Fez algumas brincadeiras com o pessoal, todos rimos. Então, Ele era simpático, lindo, popular e brincalhão. Que menina não cai por um desses?O tempo foi passando e era todo dia quase a mesma coisa, só nos víamos no intervalo.

Dois meses depois ia ter uma balada na escola, onde escolheriam o menino mais bonito e a menina mais bonita. Eu decidi não participar, não me achava tão bonita a ponto disso, mas algumas amigas minhas foram.

No dia da festa, me arrumei muito. Quem sabe Ele me olhasse com outros olhos, não sei como ele me olhava, se era amizade ou se queria o mesmo que eu: uma chance. Cheguei um pouco cedo na festa, pois queria ver minhas amigas desfilarem. Fiquei sabendo que Ele não ia desfilar, fiquei feliz, assim não iam ter muitas meninas atrás dele. Era o que eu achava.

Quando acabou o desfile, começaram as musicas e a balada. Fui dançar com o pessoal. Logo que achamos um lugar para dançar, vi que ele estava falando com uma menina. Era a menina com mais fama no colégio, acho que já tinha ficado com a maioria dos meninos. Fiquei muito triste, mas fingi que não estava vendo nada, principalmente quando vi os dois se beijando.

É, esquecer seria o melhor a fazer. Dancei mais um pouco e tentei não olhar mais para eles. Até que um menino, que eu nunca tinha visto antes, começou a conversar comigo, vocês sabem o que ele queria, e eu também sabia. Ele não era feio, mas eu não sabia se queria, estava chateada. Ele tentou vir pra cima e eu não quis, ele tentou de novo e, de repente, levou um empurrão. Não, não fui eu quem o empurrei, foi Ele! Depois ele disse para o garoto “Não ta vendo que ela não quer nada com você? Deixa ela em paz!” e saiu.

Fiquei sem entender nada, até o final na noite. Eu não o vi mais aquele dia. Queria falar com ele e saber o que aconteceu. Queria saber como ficaria tudo nos próximos dias.

Segunda-feira e não vi Ele no intervalo. Fiquei mais assustava ainda. Que será que estava acontecendo? Queria algumas respostas que só ele podia me dizer. Quando o ultimo sinal soou, desci e fui para a porta. Ele estava lá. Sorriu quando me viu e veio ao meu encontro. Me deu um beijo no rosto e disse:

- Preciso falar com você.

Eu diante de tudo isso fiquei paralisada e apenas o segui. Fomos até uma praça. Lá nos sentamos em um banco, ele estava olhando para o chão, acredito que estava procurando palavras, mas não as encontrava. Então, resolvi começar:

- Eu queria...Queria apenas saber porque fez aquilo por mim?

Ele respirou fundo, olho nos meus olhos, o que me mostrava confiança e disse:

- Fiquei com a menina, eu não sabia se você queria o mesmo que eu, não me arrisquei a chegar em você. Quando aquele menino se aproximou de você eu não consegui me segurar. – Ele parou para respirar. - Sempre as meninas mostram sinais mais fáceis, você é difícil de decifrar, eu não sabia se queria apenas amizade. Nunca fiquei muito tempo com uma menina, acho que nunca mais de um dia. Confesso que tenho medo do que pode estar começando a acontecer, mas eu quero que aconteça!

E um beijo selou o começo do que era nosso, apenas nosso.





Palavras podem enganar , atos podem confundir , mas um olhar, apenas, nos mostra a verdade.

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Este conto AINDA não é real, mas um dia será! A dona deseja permanecer anônima.

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