terça-feira, 7 de junho de 2011

Aquela Viagem


Vou contar uma história, dessa eu nunca vou me esquecer. Não queria postar no blog, mas lá vai.




Paixões nascem do “nada” e somem junto com ele também. Ando achando que esse nada ta me passando a perna, mas tudo bem. Onde há trapaça, há vingança!

Bom, vou começar logo essa história, antes que me arrependa de contá-la.

Há alguns anos atrás, viajei com alguns amigos. Era um resort onde só tinham adolescentes, parece sonho, mas hoje é realidade para muitos. Eu estava super ansiosa, meus amigos ainda mais. Não conseguimos dormir em mais de 8 horas de viagem.

Como minha turma não enchia um ônibus inteiro, outros dois colégios foram no mesmo. Todos fomos apresentados, mas eu não tava pensando em achar alguém interessante ou coisa parecida. Eu queria meus amigos e diversão, apenas isso.

Nos primeiros dias, como sou preguiçosa, resolvi que não ia participar de nenhuma atividade. Então, na maior parte do tempo, eu ficava só passeando pelo belo lugar. Acabei encontrando dois garotos que, preguiçosos como eu, não faziam nada. Começamos a passar o dia juntos, com mais uma amiga minha que aparecia ás vezes. Como eles eram de um colégio do meu ônibus, não foi difícil fazer amizade.

Foi assim, observei que durante o dia ficávamos juntos e a noite, nas baladas, nos separávamos. Um ficava com o resto da turma, eu com a minha turma e o terceiro acabava ficando sozinho e ia pro quarto dele. Eu juro-que-não-sei que praga de sentimento me pegou de jeito, mas por causa dessa solidão do menino, comecei a me apegar nele, só nele.

E aconteceu, rápido demais, em uma noite acabamos nos beijando. Foi estranho. Dois tímidos, sem jeito, sem conversa. Dormi feliz, ou melhor, não dormi naquela noite.

Na manhã seguinte, pensando na besteira que tinha feito no dia anterior, achei que perderia a amizade dele, que é melhor do que qualquer beijo ganhado. Mas não, enquanto eu estava no kaiaque, como nas outras manhãs, ele apareceu na borda do lago e, com um sorriso e uma cara de “acabei de acordar”, acenou pra mim. Eu não sabia se acenava ou me afogava ali mesmo, devia estar roxa já.

Depois disso nos falamos pouco, por timidez. E infelizmente a melhor viagem da minha vida acabou.

Passados dois anos, me passam o MSN dele, o sentimento voltou quase por inteiro. Eu não agüentava, ficava vendo se ele estava online. Ele entrou bem no ultimo dia de um ano, disse, no fim da conversa, “amanhã conversaremos mais”. E no dia primeiro de um ano novo, conversamos. Eu já estava apaixonada, ou reapaixonada, se é que isso é possível.

Um mês passava, um dia ele entrava no MSN. Mais um mês, mais um dia. Eu contava os dias, até que, ele começou a entrar em todos eles! Conversávamos muito, mas nunca tocávamos em assuntos passados ou sobre um futuro “encontro”.

Um dia acabei enxergando que aquele menino que eu queria não era o mesmo que estava ali, conversando comigo do outro lado da tela. Acho que isso me fez amadurecer muitos anos, parei de ver uma pessoa que não existia.




A paixão nos leva a cegueira. Criamos o que não existe, só vemos o que queremos. Aí, cegos, morremos.


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Esse conto é Real.




Se Você estiver lendo isso, saiba que não é uma exposição, é um sentimento. Ou era.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ao Meu Lado


Faltavam três dias para a véspera de Natal e eu estava indo para a estação, onde pegaria um ônibus para visitar meus avós. Eles moram no interior e todos os anos eu ia passar o Natal por lá. Como você percebe, dessa vez não parecia ser diferente.

Coloquei minhas bagagens e subi para escolher uma poltrona no fundo. Eu sabia que, como estava sozinha qualquer um poderia sentar ao meu lado, então não esperei que o príncipe estivesse naquele ônibus. Ia só dormir e ouvir umas boas musicas.

Não deu nem tempo de eu ligar o Ipod, um garoto lindo entrou no ônibus e veio em direção do fundo. Acredito que eu tenha ficado de queixo caído, porque ele deu um leve sorriso e, depois de perguntar se o lugar estava vago, se sentou ao meu lado, também com fones de ouvido. Fiquei com vontade de olhar para ele sem parar, mas eu ainda tinha umas boas horas pra isso, então só fiquei escutando musica e me fazendo de difícil.

Depois de algumas horas ele pegou no sono e, como não tinha lugar para encostar, sua cabeça caiu sobre meu ombro. Eu fiquei sem me mexer, com medo de acordá-lo. Assim ficamos até o final da viagem, quando eu disse que tínhamos chegado e ele sorrindo quando disse:

- A gente se vê.

Fiquei uma semana com meus avós. Gosto de vê-los, mas gosto de sair também, então fui dar uma volta por ali mesmo até dar o horário da viagem de volta para casa. Quis ir sozinha, porque precisava tomar um ar e olhar o movimento.

Cheguei em uma praça e sentei-me no degrau da fonte. Fiquei apenas olhando as pessoas passarem, eu estava sozinha ali na cidade, devia ter pensando em levar alguma amiga comigo, seria mais fácil, os dias passariam mais rápido. Comecei a pensar no garoto que tinha se sentado ao meu lado no ônibus e, de repente, alguém me pergunta:

- O lugar do seu lado ta vago?

Por mais que eu não acreditasse, eu estava vendo. Era ele. Primeiro eu fiquei um pouco tímida enquanto ele ria, me fazendo rir. Depois começamos a conversar, mas não falamos muito sobre nossas vidas, mas falamos sobre todo o resto.

Chegamos um pouco atrasados na estação e já fomos guardando as malas, ele tinha me ajudado a carregar até lá. Nos sentamos no mesmo banco da ida, só que dessa vez éramos amigos, ou pelo menos conhecidos.

Dessa vez foi eu quem voltou dormindo e encostada nele. Confesso que no começo apenas fingi, era muito bom estar tão próxima dele, sentindo seu perfume. Depois que ele começou a fazer cafuné, eu me rendi ao sono.

Quando chegamos na estação descemos do ônibus e fomos nos despedir. Fui direto em sua bochecha, mas ele desviou e me deu um selinho. Quase morri de vergonha, mas ele me abraçou e parecia estar tudo bem, tudo muito bem.

Estava no ponto esperando para ir pra casa, pensando que não ia mais vê-lo, quando percebo que alguém colocou as malas no chão, perto de mim. Era ele de novo. Sem ao menos saber, morávamos em bairros próximos. Entramos no ônibus e nos sentamos no mesmo banco. Depois disso não ficamos mais em bancos vazios.





Ás vezes você procura tanto alguém em lugares mais fáceis que, quando está em outros, diferentes, esquece que o amor da sua vida pode estar ao seu lado.

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Esse conto Não é Real.



E você, como passou o Natal? Bem acompanhado(a)?

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Apenas Olhares


Férias, na realidade, foram feitas para o descanso, mas para a maior parte dos adolescentes férias significa sair mais do que no resto do ano inteiro. Era o que eu estava fazendo, saindo e aproveitando meus amigos enquanto não precisava me preocupar com muita coisa. E foi em uma dessas “saídas” que essa história aconteceu.

Eu e alguns amigos fomos á uma lanchonete para conversar e rir um pouco, afinal, não tínhamos nada melhor para fazer. No começo não tinha quase ninguém nas outras mesas, mas aos poucos as pessoas foram chegando. Foi ai que um menino, muito bonito por sinal, entrou com três meninas, uma delas estava de mãos dadas com ele.

Na hora quebrei o olhar entre nós, não queria nada com um garoto comprometido. Me sentiria egoísta de fazer isso. E se eu fosse a namorada dele? Se eu fosse a traída? Não, nem olhares eu queria com ele.

Tentei ignorá-lo a tarde inteira, mas certas vezes eu pegava ele me olhando. Me distrai com meus amigos enquanto conversávamos muito sobre várias coisas. Consegui até esquecer do garoto em alguns momentos, mas ele, quase sempre, não deixava.

Quando ele e as meninas levantaram-se para ir embora, ele me olhou fixamente, até sua namorada me olhou. Fiquei um tanto constrangida, pois enquanto ele me secava com o olhar, ela me matava. E eu sabia que a culpa não era minha, era dele.

Passou-se um tempo, confesso que me esqueci dele completamente. Nunca me peguei pensando nele, eu nem sabia o seu nome, mas se visse-o outra vez me lembraria. E foi assim que o destino quis, nos encontramos novamente.

Foi na mesma lanchonete, dessa vez ele estava sozinho, olhando para o relógio. Me sentei e uma mesa afastada, eu estava com as minhas amigas. Um colega dele chegou, eles se cumprimentaram e ficaram sentados conversando. Ele não parava de me olhar um só segundo. Eu, não sabendo se estava comprometido, resolvi não devolver os olhares.

De repente, minhas amigas decidiram que iam fazer o pedido e, sem me consultar, pediram que eu ficasse lá, dizendo que era rápido. Foi essa a deixa pra ele pedir licença ao amigo e se sentar na minha mesa.

Fiquei boquiaberta quando ele se sentou, sorrindo. Logo que eu ameacei xingá-lo, ou algo do tipo ele colocou um dedo em meus lábios, me fazendo fechá-los. E disse, calmamente:

- Primeiro eu – sorriu tranqüilamente – não estou mais namorando, terminamos há bastante tempo, depois que eu te vi, se é que você quer saber! – É, eu queria, e muito! – Não consigo parar de pensar em você, venho nesta lanchonete quase três vezes por semana, até meus amigos estão achando que é tudo minha imaginação, menos aquele ali – disse apontando para seu amigo, que acenou – que ta vendo você. Bom... – ele respirou fundo – quero tenta te pedir uma coisa. Quero uma chance, quero ser ao menos seu amigo. Eu sinto que eu tenho que ter você na minha vida. Quero que seja mais que amizade, mas sendo minha amiga já ta bom. Por favor, não me deixa mais te esperando...Eu não vou aguentar de novo. Me diz o seu nome...

- Gabriela.

Precisei de uma palavra e um sorriso pra ele se aliviar. Depois disso ele se levantou, me pegou pela mão e, eu, ingênua, pensando que ia me levar a algum lugar, me deu um beijo romântico e toda a lanchonete parou para nos olhar. Nosso primeiro beijo. E depois de dois anos, ainda não sai da vida dele e ainda vamos áquela lanchonete, pelo menos uma vez por semana.




Dizem que as mulheres falam muito mais que os homens, mas as necessidades e as ocasiões pedem poucas ou muitas palavras. Tenha certeza, a melhor palavra se resume em um gesto.


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O conto não é Real.




E você, trocaria um "Eu te Amo" por um beijo apaixonado?


domingo, 12 de dezembro de 2010

Visita Inesperada


Nunca reclamei demais da vida. Sempre estive feliz com meus amigos e familia, acredito que seja uma das coisas mais importantes. Não queria coisas demais, eu até tinha um namorado! Saiamos muito e não eramos de brigar, meus amigos gostavam dele e os dele de mim.

Foi em um dia comum, papai chegou em casa com um largo sorriso no rosto, depois de muito tempo sem sorrir, e contou a "ótima" novidade: mudar de estado. Ele recebeu uma proposta irrecusável no emprego e, claro que, aceitou.

Na hora nem pensei em nada, fiquei até bem de ver ele e mamãe se abraçando e entusiasmados com a futura mudança. Meus irmãos mais novos ficaram felizes também, a reação deles foi quase melhor que a dos meus pais, mas acredito que não tenham entendido que teriam que largar TUDO para mudar.

Só comecei a ficar magoada no meu quarto, quando parei pra pensar na vida, na minha vida. Áquela que eu nunca reclamei, que era boa demais. Talvez por isso que aconteceu tudo, porque tava boa demais.

Chorei no meu quarto, em silencio. Não queria ninguém mal por minha causa, bem agora que estavam todos felizes. Minha irmãzinha de 4 anos entrou no quarto perguntou o motivo para o meu choro, expliquei que teríamos que deixar nossos amigos por aqui. E ela começou a não gostar da ideia de deixar seus amiguinhos da escolinha.

Acabei contando para meus amigos apenas dois dias antes de me mudar, não queria ficar me despedindo por muito tempo, não queria magoar ninguém e nem a mim. Quando ao Diogo, meu namorado, não teve jeito. Terminamos forçados, isso me magoou demais, ele não se conformava, me ligava de 5 em 5 minutos perguntando se não era tudo mentira.

Viajamos. De avião eram 3 horas de viagem, de carro deviam sem mais de 10 horas. Pensei em como faria pra ficar visitando quem deixei por lá, meus amigos, o Diogo, seria complicado e eu sei que sentiria muita falta, mesmo fazendo amigos novos.

Na primeira semana foi uma adaptação, meus irmãos fizeram amiguinhos rápido, mas eu tinha apenas alguns colegas. Falava com meus amigos todos os dias pela Internet, mas o Diogo sumiu, nem o telefone atendia. Pensei que talvez estivesse me evitando para não sofrer tanto, ou seguiu em frente.

Passou-se, então, um mês, a saudade tava brava, acho que em mais um mês ela ficaria doentia. Era sexta-feira, e eu nem saia tanto, não tinha amigos pra isso, só colegas, que me chamavam, mas eu achava chato ir de "intrometida".

Antes de voltar passei na praia, que era caminho do colégio para casa. Acho que aquilo foi a única coisa boa da mudança. Ter a água cobrindo meus pés, aquele sentimento de alivio, onde todos os sentimentos me abandonavam por instantes e voltavam com força depois. Eu perdia a noção da hora.

Cheguei em casa e minha mãe estava rindo sozinha. Perguntei o porque e ela disse que viu uma coisa engraçada na televisão, acabei nem desconfiando de nada. Eu nem estava com cabeça pra isso.

Entrei no meu quarto e coloquei a mochila na cama. De repente, a porta fechou sozinha. Atrás dela tinha um sorriso lindo, que me deixava boba toda vez que o olhava. Seu dono era o Diogo, que foi me visitar e passar o final de semana. Depois de sair de trás da porta ele me deu um abraço muito apertado e um beijo dominado pela saudade. Depois disso distancia nenhuma nos separou.



Não deixe que a distancia acabe com os melhores sentimentos. Perto deles, ela não significa nada além de saudade.

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O conto não é Real.




E você, já sentiu saudade de alguém hoje?


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Meu Mundo


Nunca fui uma menina popular no colégio. Acredito que não era nerd também. Não estava em categoria nenhuma, a não ser na dos normais. Tinha poucos amigos, mas eram bons amigos.

Vou dizer que, de verdade, nunca tive vontade de ser uma das pessoas mais reconhecidas na escola, como outros. Os exemplos são: a mais bonita da escola; as outras duas mais bonitas; o mais feio e a mais feia; e, finalmente, o mais bonito, mais galinha, mais forte, mais tudo. É, acho que você já adivinhou, me apaixonei por ele.

Uma vez, tivemos uma festa na escola, e acho que a maioria dos alunos estava lá. Ele também estava lá, com seus amigos. Eu não ligava muito, só o achava bonito demais e, claro que, me sentiria muito feliz se ele, pelo menos, falasse comigo.

Na metade da festa, reparei que muitas pessoas começaram a olhar para mim. Nunca tantas pessoas olharam assim, então, pensei que tinha algo errado com a minha roupa. Foi quando eu escutei: “ O Maurício ta querendo ficar com a excluidinha. Huuuum.”

A excluidinha era eu? Era um apelido novo ou eu não sabia da sua existência, não até agora. Resolvi sair da pista de dança e esperar tudo isso passar, esperar para ver se era verdade que ele iria falar comigo.

Esperei muito tempo, tive muita esperança, mas ela foi se esgotando, até restar bem pouca. Voltei para a pista e, foi ai, que eu vi o Maurício beijando uma menina. Acho que beijar era pouco para a cena que vi. Era a menina mais bonita do colégio e eu já deveria sabe.

Sempre soube que eramos diferentes em tudo. Em amizade, em simpatia, em notas do colégio... Parecíamos até estudar em escolas diferentes. Eram mundos diferentes. Ele queria a mais bonita e não era eu. O jeito era me conformar,alguém ia me querer alguma vez, poderia não ser o mais bonito, poderia ser alguém como eu: normal.

Foi o que aconteceu, conheci um garoto de outro colégio. Eu nem acreditava que o que eu procurei em um galinha, e procurei errado, estava em um cara legal como o meu namorado. Ele não é dos mais bonitos, ele é normal, mas ele é dos mais legais e, assim, dos melhores. O melhor para mim.






Talvez o nosso mundo se divida em outros mundos, mas estes são sociais. Talvez, dentro do seu próprio mundo, você encontre tudo o que precisa para ser feliz.


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O conto não é Real.



O dono do conto, e da ideia, é o @leonardogeri .



E vocês, vivem em mundos diferentes?