sexta-feira, 28 de maio de 2010

Parque


Ás vezes precisamos apenas de um estímulo para cumprir a nossa rotina. Eu ainda não havia encontrado o meu. Sempre fui de sair com os amigos, ir em jogos de futebol, jogar vídeo game, mas acho que estava começando a preferir outras coisas.

Peguei um domingo à tarde e resolvi ir á um parque. Talvez andar um pouco, respirar um ar mais puro, pensar. É, eu precisava pensar. Muita coisa acontecendo em pouco tempo. Muita responsabilidade para uma pessoa só, eu precisava me ligar mais no que estava a minha volta. Eu não era o centro do mundo.

Sol, ar fresco, uma sombra embaixo de uma arvore e uma garrafinha de água. Existe coisa melhor que isso? É, eu não sabia mesmo como passar um dia bem, ainda bem que aprendi. Fiquei só observando a paisagem, era possível escutar os pássaros dali.

É, e foi observando a paisagem que eu vi você. Na hora eu esqueci o que era paisagem e no que estava pensando, só tinha sua imagem diante dos meus olhos. Você estava só, andando e acabou notando como eu te olhava. Depois deu um largo sorriso e foi se aproximando, até chegar bem perto e perguntar se podia se sentar na sombra também. Fui mais para o lado e respondi que sim, devolvendo o sorriso.

Conversamos por algum tempo. Era assunto que não tinha fim. O seu sorriso não saia do rosto em momento nenhum, os seus olhos brilhavam mais que o sol e as suas faces estavam avermelhadas. Porque nunca me senti assim antes? É, você me deixou em um estado difícil, não sabia direito o que dizer e fazer, então decidi arriscar:

- Vamos dar uma volta no lago?

E fomos. Caminhamos e conversamos mais um pouco. Passaram-se horas e parecia que foram apenas minutos. Enquanto chegávamos perto de um banco, encontramos uma canoa. Não parecia estar quebrada nem nada, então resolvemos dar uma volta.

Ficamos um de cada lado do barco, um de frente para o outro. Eu remava enquanto ela apenas observava a paisagem com aquele lindo sorriso. Que sorriso! Eu só tinha olhos para ela.

De repente resolvi levantar. Ela se assustou, mas depois sorriu e disse que tinha medo de fazer o mesmo. Puxei-a pela mão, a canoa balançou e ela me abraçou com medo de cair. Quando notamos, estávamos abraçados no meio do lago. Depois disso apenas senti seus lábios nos meus.





Quando decidi fugir da minha rotina encontrei você. Hoje não tenho mais uma rotina, hoje eu tenho você!




_______________________________________________




Esse conto foi pedido de uma pessoa que considero muito, espero que o seu sonho seja exatamente assim.




terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma ligação


- Apenas gostar de você não basta. Quero mais que isso! É difícil, eu sei, mas se a gente se esforçar talvez dê tudo certo. Bom...Eu não preciso me esforçar, eu gosto mesmo de você, agora não sei se esse sentimento é igual ao seu. Por favor, fala comigo!
Ficar muda era a única coisa que eu conseguia naquele momento. Qualquer menina estaria contente com uma declaração dessas, mas eu não sei o que estava sentindo exatamente naquele momento, foi uma surpresa. Uma grande surpresa!
Ele me ligou apenas para perguntar da festa junina que ia acontecer no meu colégio, eu jurava que ele só ia perguntar isso, mas ele resolveu se declarar. Nunca eu imaginaria isso.
Depois de tanto tempo gostando dele sem dizer nada. Tentei esconder a qualquer custo tudo isso, não queria ninguém falando por ai de nós ou só do meu sentimento por ele. Queria apenas parar de gostar, era só o que eu podia fazer, já que ele parecia não retribuir o sentimento. Mas e agora? Estava acontecendo exatamente o que eu desejei tanto. Que eu deveria fazer?
É, fiquei muda. Acredito que nem a minha respiração se ouvia mais. E se tudo fosse uma mentira? Uma grande e odiosa mentira que ele teria inventado para saber se eu gostava dele. E se não fosse? E se ele estivesse abrindo seu coração ali, para mim.
Sim, eu chorei. Aquela hora ele escutou minha respiração, tenho certeza, pois, ele, desesperadamente, disse:
- Você está bem? Fala comigo, por favor!
É, eu falei. Contei tudo o que estava acontecendo, mesmo chorando. Dessa vez quem ficou em silêncio foi ele. Acho que viu o quanto era verdade e complicado. Não sei o que se passava pela sua mente naquele momento, mas eu falei tudo de uma vez, pois se pausasse perderia a coragem. Talvez eu me arrependesse desse ato depois, mas estava dizendo toda a verdade. Meu coração ficaria sossegado ou despedaçado, depende de como ele ia reagir.
É, a reação dele foi inesperada. Tão inesperada que meu sorriso continua no rosto mesmo depois de dois meses.





Uma ligação pode mudar sua vida, não deixe seu telefone tocando!



_________________________________________________





Acho que o seu celular está tocando...Atenda!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Planos


Acordei hoje com uma nova visão de mundo. Meus planos já não eram os mesmos. Parecia que fiz 30 anos mentais em apenas uma noite. Era estranho, apenas estranho. Já estava me sentindo uma adulta, com mais responsabilidades do que o normal.

Na escola me senti deslocada. Que estava acontecendo comigo? Aqueles sempre foram meus amigos, e agora, pareciam apenas adolescentes bobos. Apenas continuei com a responsabilidade em primeiro lugar. Os planos de um futuro bom estavam começando a me interessar mais.

Antes queria me casar com o príncipe, ter um casal de filhos, morar em uma ilha, ter três cães e uma vida sossegada. Mas, nos meus novos planos, não eram essas as regras, eram outras: estudar, fazer uma faculdade, ter um emprego bom e viver independente de príncipe encantado ou não. É, aquele dia acordei e me esqueci de sonhar.

Meu príncipe estava em um precipício. É, realmente estava, porque eu não acreditava mais em nada. Normalmente meninas só param de acreditar se caem em desilusão, e só durante um certo tempo.

Com tantas preocupações na cabeça, resolvi sair pra dar uma volta e tomar um sorvete, quem sabe era apenas a rotina. Saí, estava um pouco frio para um sorvete, mas eu precisava esfriar a cabeça, que naquele momento estava com temperatura elevada.

Ó celular, porque me assustaste?Foi o que pensei, não com essa conjugação verbal. Pra ajudar, quando tentei atendê-lo, o derrubei na calçada. Me abaixei para pegá-lo, mas uma mão o alcançou primeiro. Logo, ela me entregou o celular. Resolvi olhar o dono ou dona dessa atitude. Era um belo dono! E dono de um belo sorriso. Sorri de volta, agradecendo, mas não parou por ai. Nenhum de nós saiu dali, ficamos no meio na calçada, com pessoas passando por todos os lados, atrapalhando a passagem de algumas. Apenas nos olhávamos e sorriamos, nenhum tinha coragem de ir embora.

- Então. Obrigada. – Ri, tentando dar um fim na conversa ou um inicio a uma nova.

Sorrimos e eu virei as costas, mas escutei:

- Não, espera!

Sim, era ele. Quis me acompanhar, acabamos tomando um sorvete com frio mesmo. A conversa começou com ele dizendo que também era desastrado. Acabamos falando dos nossos planos. Estávamos nos encaixando um no plano de futuro do outro, pelo menos como amigos.

No outro dia, quando sai, era para o mesmo lugar e para encontrar a mesma pessoa. No próximo dia a mesma coisa, e no outro, e no outro, e no outro...







Eu só queria dizer que meus planos mudaram. Você entrou na minha vida como plano principal.



Eu só queria que vocês soubessem que os planos sempre mudam, até mesmo quando seu celular cai!



_____________________________________________





Entenderam o recado?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Olhares entre corredores


Às vezes estamos em casa e não queremos nem levantar. Qualquer passo pode ser um desafio que não queremos ter. A preguiça não nos deixa fazer nada. É, eu estava assim aquele dia, quando mamãe me ligou falando que iríamos ao mercado. Ah, compras não!

Me troquei com uma grande má vontade. Só de pensar em andar corredor por corredor, empurrar o carrinho, guardar as compras na sacola, colocar no porta-malas, tirar do porta-malas, levar até dentro de casa e depois guardar tudo, me deixava com muita preguiça.

Chegando lá peguei um carrinho, me apoiei nele e comecei a empurrar. Mamãe lia e relia tudo o que tinha que comprar e eu só afirmava com a cabeça.

Foi quando viramos para o outro corredor e eu o vi. Nem preciso descrever, vocês sabem como é, encontramos uma paixão a primeira vista, é inexplicável. Eu sabia que ele tinha reparado em mim. Passamos um do lado do outro, só nos olhávamos, sem distrações. Depois continuamos andando e viramos para trás, como se fosse um ultimo olhar, sorrimos um para o outro.

Ah, eu estava apaixonada! A preguiça tinha me abandonado e eu queria correr em todos os corredores só para achar ele, mas me segurei. Fiquei pensando nele, em como seria o seu nome. Passamos, eu e mamãe, em vários corredores, mas nada de encontrá-lo.

Nos dividimos para ir mais depressa, eu fiquei com o carrinho e pegaria os refrigerantes. Peguei todos que mamãe queria, mas o meu preferido eu não havia encontrado, porque estava na ultima prateleira, quase impossível de ser alcançado. Fui tentar pegá-lo, mas não conseguia, tentei novamente, uma mão o pegou antes, finalmente alguém com um bom coração foi me ajudar. Com bom coração, com bom cabelo, co bons olhos. E que olhos! Já adivinharam? Era ele. Me entregou o refrigerante, sorriu e saiu andando. Fiquei alguns segundos ali parada, quase sem respirar. Coloquei o refrigerante no carrinho e, lentamente, sai andando sem acreditar.

Continuei suspirando por ele, passando pelos corredores. Eu o avistei, estava bem longe, mexendo no celular. Talvez estivesse vendo as ligações perdidas, talvez estivesse mandando uma mensagem, talvez ele tivesse uma namorada. Ah, que pena! Eu mesma me coloquei para baixo.

Mais alguns corredores andados e meu celular vibrou, devia ser a bateria fraca. Não, era um convite para receber uma musica por bluetooth, achei que alguém havia mandado errado, mais aceitei.

Era só um trecho, logo que recebi fui escutar, era assim:

sei que é difícil mais antes de ir
tem uma coisa que eu preciso te dizer, te dizer...


um novo sentimento em mim despertou
eu fiquei sem saber e também não entendi
porque meu coração bateu mais forte quando te vi, quando te vi...”

Não me arrependo de ter ido contra a preguiça aquele dia. Já escutei a música inteira, hoje é a nossa música.



__________________________________________


Já encontrou seu amor hoje?


domingo, 9 de maio de 2010

Hoje é o dia dela


Hoje eu vim falar de um outro tipo de amor. Um amor que é construído desde o dia da descoberta. Esse amor é capaz de destruir barreiras. É mais forte do que paixões. Com esse amor podemos enfrentar tudo e todos, ganhamos coragem. É eterno, é fiel, é compreensivo.

Quando estamos tristes ela nos conforta, um abraço pode nos deixar muito melhor. Quando estamos felizes queremos sorrir e dividir a felicidade. Quando fazemos algo errado, só o seu olhar já é uma bronca futuramente entendida. Quando precisamos de ajuda ela está lá com mãos, pés e todo o resto para nos ajudar. Quando estamos doentes ela passa a noite em claro só para nos cuidar. Quando perdemos o chão ela, com palavras, consegue dizer que há um novo caminho. Enfim, ela sabe o que fazer em todos os momentos, isso é realmente incrível.

Sabemos que hoje é o dia dela. Aquele dia em que ela acorda esperando receber o melhor presente: um abraço e um ‘eu te amo’. Corra, abrace-a e conforte-a hoje, é o dia dela. Tenho certeza que em todos os outros dias é ela quem te conforta, então hoje você tem que recompensar tudo isso!

Mãe só existe uma. Podemos nascer amando-a ou não. Podemos criar o sentimento com o tempo. Podemos amar hoje, amanhã odiar e depois voltar a amar de novo. Ela pode morar longe, mas quem escolhe se ela esta perto ou não é você, pode guardá-la no coração. Algumas já se foram, muitas estão aqui, então temos que amar todo o amor possível agora. Feliz dia das mães para todas as mães!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mudança de vida


Mamãe morreu quando eu era apenas um bebê. Meu pai me criou sozinho. Sei que foi muito difícil, pelo fato de ter uma filha mulher, mas ele se saiu muito bem. Não tenho inveja de quem tem os dois pais, eu apenas gostaria de ter convivido mais com a minha mãe.

Papai foi se interessar por outra mulher só na minha adolescência. Mas também logo que se interessou decidiu se casar, fui contra isso, achei que deveriam se conhecer melhor, mas ele me disse que se conheciam a um bom tempo, que praticamente namoravam e que não estavam se casando de um dia para o outro.

Minha futura madrasta tinha um filho um pouco mais velho, ele parecia ser meio ausente e ela muito sozinha. Acho que meu pai e ela estavam em busca de companhia e não de amor.

Antes do casamento, que seria uma cerimônia simples, eles já estavam morando juntos. Ela e seu filho vieram morar em nosso apartamento. Achei ele meio estranho, imaginei futuras brigas pelo computador, pela atenção, pela televisão, mas pelo telefone não.

É, o casamento foi tranqüilo e em dois dias eles partiram pra lua-de-mel. Primeira vez que papai me deixava sozinha em casa, percebi que não seria mais a preferida. Eu ia aprender a dividir, mas ia aprender da pior maneira possível! É a vida, talvez fosse melhor quando eles voltassem. O meu “irmão” ia pra mesma escola que eu, talvez tivesse amigos gatos e eu me aproveitasse disso. Bom, eu estava com um frio na barriga com toda essa serie de mudanças muito rápida.

Enquanto estava em meu quarto, pelo menos meu quarto e o do meu “irmão” eram diferentes, resolvi ir tomar uma água. Coisa normal, pessoas tomam água, pelo menos eu acho isso. Passei pelo corredor, ele estava de porta aberta, deitado em sua cama olhando para o corredor e me viu passar. Peguei a água e fui voltar para o meu quarto. Quando entrei no corredor, ele saiu do seu quarto, me prendeu na parede e me lascou um beijo de tirar o fôlego. E que beijo! Com certeza eu nunca tinha levado um susto tão grande e tão bom. Derrubei a água toda, me esqueci completamente do copo. Depois do beijo de tirar o fôlego ele me olhou sorrindo e disse:

- Acho que vou adorar as nossas futuras brigas!




Às vezes as mudanças não são tão ruins, acredite nelas!


______________________________________________



E você, gosta de mudanças?