quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Café Expresso



Lá estava eu, em mais um longo dia de trabalho, toda atarefada. Era um dia frio, não deixei de sair de casa sem minhas luvas e meu cachecol, tenho certeza que eles eram as melhoras companhias para um dia como aquele. Já não me lembrava mais porque insisti em morar naquela cidade tão fria...

Enquanto dirigia até o trabalho, vi um café e resolvi parar, já que não tinha tomado café da manhã em casa e o transito estava terrível. Eu não gostava muito de sair de casa sem tomar café, isso complicava todo o meu metabolismo no dia.

Entrei e me sentei em uma pequena mesa, ao canto, perto de uma janela. O lugar era bastante aconchegante e pequeno, me senti familiarizada. Logo um garçom veio me oferecer o menu, junto com seus serviços, apenas pedi um café expresso, simples, agradável e quente.

Fiquei com o menu e, enquanto via-o, um rapaz na mesa da frente, fazia o mesmo, só que ele olhava para mim. Sorri de volta para ser simpática, apenas, mas eu não nego que ver um rapaz daqueles me olhando foi agradável.

Confesso que demorei pra tomar me café, porque a nossa troca de olhares ainda estava acontecendo. Quando eu, finalmente, terminei, anotei meu telefone e meu e-mail em um guardanapo e, apos pagar a conta, deixei-o em sua mesa. Nos olhamos e sorrimos pela ultima vez naquele dia.

Sai do café com um sorriso no rosto. Mal entrei no carro e recebi uma mensagem que dizia:



'' Foi um ótimo primeiro encontro. Quando será o segundo?''








Não precisamos sair da rotina para mudá-la, apenas precisamos nos adaptar.
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O conto não é Real.






segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Verdadeiro Valor da Amizade


Há três anos e meio atrás conheci minha amiga, que hoje, é considerada mais que uma irmã. Não éramos muito próximas, éramos apenas amigas, mas a pouco mais de dois anos começamos a nos aproximar cada vez mais. Saímos mais juntas, conversávamos mais. Sim, ela era uma das pessoas mais importantes pra mim.

Há menos de dois anos conheci um amigo. No começo nós éramos bem próximos, eu, ele e minha amiga, mas depois ficamos distantes. Não percebemos isso, ainda continuávamos amigos, mas não como antes.

No começo do ano passado eu e essa amiga conversávamos quando ela disse que estava olhando viagens de intercambio, mas apenas olhando. Fiquei contente, ela me disse que sempre quis fazer uma dessas viagens, mas logo mudamos o assunto. Depois de um tempo esquecemos isso.

Perto do fim do ano nós três nos aproximamos de novo. Acho que foi o começo da melhor época da nossa amizade. Saiamos bastante juntos, riamos muito. Eles eram mais que uma família. O colégio era minha segunda casa, todos os dias estávamos juntos, seis horas por dia.

Cada novo ano era mais difícil, ás vezes nos distanciávamos de alguns amigos. Ás vezes pessoas de suma importância saiam do colégio e eu não consigo nem mencionar a falta que essas pessoas faziam.

Minha amiga decidiu fazer o intercambio, ficamos muito felizes por ela, mas logo pensamos no tempo que ficaríamos longe. Dez meses era muito tempo. Só de pensar que estávamos amigos de novo e que em menos de meio ano ela ia viajar era difícil, mas nós curtimos o todo o tempo que tínhamos juntos.

Nas férias, quando faltava apenas um mês para o intercambio da minha amiga, meu amigo me contou que talvez se mudaria para o interior, uma cidade que fica á quatro horas daqui. Senti que tinha pisado em falso, foi um pré sentimento de perda horrível. Eu não conseguia mais me imaginar sem eles dois. Ele não sabia se ia mesmo embora e quando ia, mas tinha medo também.

Hoje faz três dias que minha amiga viajou e o meu amigo ainda não sabe se vai ficar ou se vai morar no interior. Já consegui me comunicar com ela e, eu e ele ainda estudamos juntos. As lagrimas me vem aos olhos só de pensar que nós três estaremos longe um do outro. Penso que é pelo bem deles dois, mas ainda dói “perder”, por um tempo, essas duas pessoas tão importantes para mim.







Quando se encontra uma amizade verdadeira vale fazer de tudo para não perdê-la.

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O conto é Real.




Você já disse o quanto ama seus amigos hoje?

domingo, 15 de agosto de 2010

Um Filme de Inverno


Era uma sexta-feira pouco agitada. O frio nos impedia até de pensar. Todos queríamos sair, mas as ideias não chegavam. Todos os lugares possíveis eram ao ar livre e isso era o que menos queríamos, apenas queríamos um lugar aconchegante.

Depois da aula cada um foi para sua casa. Eu mal sabia o que fazer, de sextas sempre saiamos, já era como um ritual e, dessa vez, não seria seguido porque o tempo decidiu não cooperar. Acabei pegando no sono.

Acordei com uma mensagem da minha amiga, que dizia:

Vamos na casa da Júlia assistir um filme, vê se aparece, beijos.

A preguiça era grande, mas nada melhor que passar um tempo a mais com os amigos, ainda mais quando todos íamos ficar quentinhos. Todos iríamos dormir por lá, porque nossa sessão de filme acabaria bem tarde.

Comecei a me arrumar na hora. Em quarenta minutos eu estava a caminho da casa da Júlia. Encontrei mais uma amiga na frente da casa, entramos juntas. Pensei que apenas as meninas iam, pensei que seria como uma festa do travesseiro, mas tinha alguns meninos também, inclusive o primo da Júlia (sempre que ele saia com a turma eu ficava tímida, e rolavam alguns olhares).

Na sala de tv já tinham vários colchões espalhados pelo chão, algumas vasilhas com pipoca e o pessoal estava escolhendo os filmes. Coloquei minha bolsa em uma mesa e me sentei em um colchão ainda vazio.

Quando ia começar o primeiro filme, todos foram procurar lugares para sentar/deitar, menos eu, que já estava toda acomodada. Quase não sobrou espaço e quando o Luís, primo da Júlia, entrou na sala com sua vasilha de pipoca, ficou procurando um lugar. Você já deve estar se perguntando onde ele se sentou. É, foi ao meu lado!

Passei metade do filme sem falar uma palavra. Ele me ofereceu pipoca algumas vezes, mas também não falou nada. O pessoal estava bem animado, alguns falavam, alguns estavam atentos ao filme e eu e o Luís ali, sem dizer nada.
Mais um tempo se passou e o frio começou a incomodar, eu já estava com uma blusa, mas ela não parecia ser o suficiente. Depois que o Luís levantou para lavar as mãos ficou mais frio ainda. Quando ele voltou, o filme já estava no fim. Ele se sentou ao meu lado e ficou lá, sem dizer nada, ás vezes até olhava as horas no celular.

O pessoal começou a se levantar e ir para a cozinha, mas eu estava com tanto frio que resolvi ficar por ali mesmo. De repente só estavamos nós ali, eu e o Luís. Virei para o outro lado, ainda deitada, pois se eu olhasse para o seu rosto ficaria vermelha rapidinho. Me arrepiei quando escutei sua voz, baixa e calma, bem perto do meu ouvido, ele dizia:

- Desculpa esperar tanto pra falar isso, eu só queria ficar a sós com você. Acredito que já tenha percebido, mas eu estou afim de você.

Me virei para ele, a essa altura ele já estava deitado também, estavamos um de frente para o outro. Acabei confessando que também sentia algo e que ficava diferente toda vez que ele estava perto. Depois os nossos lábios se aproximaram até fazerem uma junção, normalmente chamada de beijo.

No dia seguinte acordei, ainda tinham vários colchões na sala e várias pessoas dormindo neles. Era uma manhã fria, eu parecia ser a única acordada por ali, mas decidi não me levantar, pois estava aconchegante ali, o Luís estava dormindo de conchinha comigo.




Nem todas as palavras podem ser sinceras, mas um sentimento nunca é mentira.

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O conto não é Real.



E você, já se aconchegou em um sentimento?


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Decifrando Seu Olhar


Ás vezes acordamos tão sem vontade que não queremos nem pensar em ir para a aula. Ás vezes, também, nem acordamos. Era sempre assim comigo, fui ficando dependente de faltar. E fui faltando cada vez mais. Pelo menos uma vez por semana.

Em poucos dias recebi um comunicado para repor umas cinco aulas. Eu teria que ficar até mais tarde na escola, teria que deixar de fazer coisas que eu gosto para ficar mais tempo ainda estudando. Eu não achava isso nada justo, mas ainda era melhor do que repetir o ano por causa de faltas.

A aula de reposição seria com a coordenadora do colégio. Cheguei e me sentei no fundo da sala, as primeiras carteiras só tinham os mais novos. Me impressionei quando vi quase o sexto ano inteiro lá. Fiquei esperando minhas atividades, pois quanto mais cedo acabasse, mais cedo ia para casa.

Foi quando um garoto entrou, um garoto que eu nunca tinha notado antes, nunca tinha visto ele no intervalo. Era estranho, pois minha escola tinha pouco mais que trezentos alunos e isso não é muito.

Ele se sentou ao fundo da sala também, não muito perto de mim. Acredito que ele nem tenha me reparado. Enquanto fazia meus deveres, parava para olhá-lo, só às vezes. Em uma dessas vezes nossos olhares discretos se encontraram, se perceberam e depois apenas mentiram um para o outro. Era como se fingíssemos não olhar um para o outro, buscando alguma coisa.

Terminei primeiro, mesmo enrolando por algum tempo tive que ir embora, pois ficaria muito na cara. Mal dormi aquela noite, pensei nele o tempo inteiro.

Aula, sono, barulho e cada vez mais lições e trabalhos. Minha vida estava ali, eu não saia mais, mal conversava com os amigos. Mas naquele dia eu estava mudada, estava esperando até o horário da reposição de aula, e eu esperava que ele fosse.

Como pensei. Ele estava lá! Quando entrei, ele parou o que estava fazendo para me olhar, só que dessa vez eu pequeno sorriso acompanhou seus olhos. Sorri de volta e fui me sentar. Trocamos vários olhares de novo, mas nenhuma palavra ousava sair. Às vezes riamos de alguma coisa que acontecia na sala.

Ele se levantou para ir embora, mas antes deixou um bilhete na minha mesa. Quando ele saiu da sala eu abri, estava escrito o seguinte:

Não quero esperar até amanhã...Quer ir tomar um sorvete depois da reposição? Estarei te esperando na saída.

Eu não imaginava que isso fosse acontecer tão rápido, essa aproximação. Não tínhamos trocado nenhuma palavra ainda, eu só sabia seu nome porque a coordenadora disse. Eu quis arriscar, eu quis parar de decifrar ele e começar a entender.





Talvez o que tentamos decifrar pode ser um erro, talvez o maior erro de nossas vidas, mas também pode ser o melhor.

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O conto não é Real.




Já tentou decifrar o olhar de alguém? Se deu bem ou mal por isso?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quero Te Encontrar


Era apenas mais um dia normal. Um desses dias em que a gente não tem quase nada. Um desses dias que é só apenas mais um na nossa rotina. Igual ontem, parecido com amanhã. Bom, pelo menos era o que eu pensava.

Eu estava indo fazer uma entrega. É, eu trabalho. Fui a pé mesmo, pois o lugar era próximo. Quase todos os dias eu tinha que fazer entregas e, pelo caminho, observava todas as pessoas que passavam por mim. Ou quase todas. Algumas chamavam atenção.

Um dia desses, observei uma garota. Ela era loira e de olhos azuis, era uma daquelas garotas que você olha e fala “Nossa, ela deve ser demais!”. Naquele momento tive vontade de conhecê-la, mas coragem eu não tive.

Depois disso, passei a vê-la quase todos os dias quando ia fazer minhas entregas. E eu sempre desejava a mesma coisa: conhecer ela. Não era nada doentio, eu tinha essa vontade apenas quando via ela, depois eu esquecia.

E em mais um dia desses que a gente pensa que não vai acontecer nada, que a gente não espera que aconteça nada, aconteceu. Lá ia eu fazer mais entregas, quando, de repente ela atravessou a rua. Eu continuei andando, mas dois senhores estavam conversando na calçada e só havia espaço para uma pessoa passar, ou eu, ou ela, então eu sorri e falei para ela:

- Pode passar.

Ela apenas sorriu de volta. Depois disso continuei andando, até que escutei ela falar, enquanto tirava o fone de ouvido:

- Então...Qual seu nome?

Esse foi o inicio da nossa conversa. Depois que soubemos um o nome do outro, ela comentou que já tinha me visto antes, fiquei um pouco surpreso. Perguntei se ela trabalhava, ela disse que sim e que sabia onde eu trabalhava. Dessa vez eu fiquei sem saber o que falar. Isso queria dizer que ela também me notava, do mesmo jeito que eu notava ela, talvez.

Não tive coragem de ir falar com ela quando apenas a observava, pensava que ela nunca havia me notado antes, mas descobri que era recíproco. Toda vez que passo por ali olho para todos os lados buscando achá-la, às vezes acontece, às vezes não.





Talvez ambos sintam o mesmo, mas você tenha medo disso. Vá atrás ou, como no meu caso, ganhe um empurrãozinho.

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O dono do conto deseja permanecer anônimo. O conto é Real.



E você, já precisou de empurrãozinhos?