segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sorvete de Amor


- Ah, esse ano vai ser tranquilo!

Foi o que pensei ao entrar no colégio, pena que foi um pensamento precipitado. Não havia nenhum menino novo bonito, pelo menos na minha turma.

Eram sempre os mesmos alunos, alguns novos, só que dessa vez uma “criatura” entrou. Ela era estranha e parecia estar com vergonha de se comunicar, lógico, afinal era o primeiro dia de aula. Tentei conversar com ela, mas parecia ser um pouco chata, então desisti.

Na saída do colégio, vi que ela foi embora com um garoto muito lindo. Fiquei desapontada, deveria ser o namorado dela. Mas não rolou nem beijinho nem nada, fiquei com esperanças.

No dia seguinte acabei descobrindo que era seu irmão, acreditem se quiserem! Perguntei como ela ia embora, tentei conversar mais com ela, só que a menina insistia em ser chata, falava mais que a boca e só falava o que eu não queria saber. Eu só queria saber do irmão dela.

Quem espera que no segundo dia de aula passem trabalho? Ninguém.Santa professora de biologia! Ela me salvou, grudei no braço da menina e perguntei se podia fazer com ela. Acabamos marcando para o mesmo dia. E o melhor, EM SUA CASA. Virei a BFF dela na hora.

Na volta, seu irmão foi nos buscar. Abriu um lindo sorriso quando soube que eu ia fazer trabalho em sua casa. Fomos a pé até a casa deles. Eu e ele conversamos o tempo inteiro. Descobri que seu nome era Lucas, que tinha 18 anos e que estava terminando o ensino médio em outro colégio.

Enquanto fazíamos o trabalho, não, enquanto ela fazia o trabalho eu e ele continuamos conversando muito. Até que uma hora ele me chamou para jogar videogame. Sim, lógico que aceitei.

Várias partidas. Perdi muitas vezes, ele ganhou quase todas, mas o que valeu foi a intenção, e que intenção! Apostamos que quem perdesse ia ter que pagar um sorvete para o outro, coisa boba né? Mas a segunda parte da aposta é que teria que falar alguma coisa estranha para o sorveteiro.

Encontramos um sorveteiro, mas eu não sabia o que falar de estranho. Então, quando ele perguntou que sorvete eu queria, eu disse:

- Tem sorvete de amor?

O Lucas me olhou com uma cara de surpresa e depois riu, me fazendo ficar sem graça. O sorveteiro xingou, porque achou que estávamos rindo dele e saiu. Acabei ficando sem saber o que dizer. Acabamos ficando ali no meio da rua. Quando deu a hora e eu precisava ir embora, me despedi dele e até esqueci de me despedir da minha nova amiguinha. E quando ele acenou de longe, disse:

- Nem precisou de sorvete de amor, né?

Fui embora rindo.

Quando encontrei a minha parceira de trabalho no dia seguinte, fui falar com ela. E meia sem jeito, comecei a tentar explicar:

-...Então, sobre seu irmão mais velho...

- Já sei de tudo! – ela me interrompeu. – E estou feliz, mal posso esperar para nós passarmos mais tempo juntas!






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Escrevi esse texto para um concurso da revista Capricho, não ganhei, mas participei. Está ai o texto para vocês darem uma olhadinha. Que acharam?


2 comentários:

  1. Nem tá tão chato como você falou. Ficou legal sim!

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  2. eu lembro quando agente tava falando sobre isso!
    não foi o escolhido mas eu gostei!! continue tentando, eu ainda vou ver o dia em que um conto seu vai aparecer na caplicho!!
    eu acredito em vc :)

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