domingo, 11 de julho de 2010

O Mascarado


Nada pior do que ser acordada logo de manhã em plenas férias. É, mamãe me acordou porque havia acabado de chegar um pacote para mim. Mesmo sem animo, o abri. Tinha uma carta e mais um pacote pequeno dentro. Li a carta, que não era bem uma carta, era um convite para um baile de mascaras. Este seria promovido pela cidade e apenas alunos de alguns colégios estariam convidados. Na carta aparecia a lista de colégios, que eram no máximo oito. O baile seria no próximo final de semana.

Após ler e reler a carta, abri o pequeno pacote. Lá estava minha máscara. Era cheia de plumas roxas, era linda. Quando a tirei completamente do pacote fui até o espelho ver como eu ficaria com ela. O próximo passo seria o traje. No convite dizia que deveria ser formal e que só poderia ser na cor preta. Eu ia ter que comprar um, pois não tinha nada formal preto no meu guarda-roupa.

Eu tinha uma semana pra tudo ficar pronto. Eu havia mandado a costureira fazer um vestido que vi na Internet. Passei um dia com minhas amigas procurando sapatos. Acabamos mostrando nossas mascaras umas para as outras, afinal, nós teríamos que saber isso, pra nos encontrarmos.

No dia do baile passei o dia no salão de beleza fazendo várias coisas. Quando voltei para casa apenas tomei um banho e me vesti, já estava quase na hora de ir ao baile tão esperado. Papai me levou até a casa de uma amiga, de lá a mãe da minha amiga levaria ela, eu e mais três amigas, assim a gente não ia se perder.

Era uma porta para meninas e uma para meninos, pois o primeiro espetáculo da noite será o grande baile mascarado, onde os pares seriam formados pela sorte, sem poder escolher. Fiquei esperançosa, pois tinham muitos garotos de outros colégios que eu não conhecia e o menino por quem eu tinha uma paixão platônica talvez estivesse lá.

Começou o grande baile. Vou explicar como era, os meninos tiravam números em uma urna e iam procurar as respectivas donas dos números, eu estava com o numero 693 e demorou uns quinze minutos para estar frente a frente com o meu par.

Seus olhos eram de um azul tão profundo que eu acabei me perdendo neles. Quando chegou na minha frente ele sorriu, aquele sorriso valia mais do que ver quem estava por baixo da mascara. Em seguida ele me tirou para dançar. As musicas eram como valsas e me deixavam bem próxima dele, assim, eu apenas fechei os olhos e senti seu perfume por instantes, acredito que ele não tenha notado.

Após o término do grande baile, nos cumprimentamos e fui atrás das minhas amigas, não consegui encontrar nenhuma e só conseguia pensar nos olhos azuis dele. Quem era por baixo daquela mascara? Eu tenho certeza que seria uma duvida que me atormentaria por várias noites. Não consegui encontrar nenhuma das meninas, acabei me sentando em um dos sofás que estavam no mezanino.

De repente alguém se sentou ao meu lado e colocou um papel, era o número 693. Olhei para ele e sorri. Novamente me perdi em seus olhos. Conversamos sem dizer quem éramos, ficamos sabendo um pouco de cada um. Acabamos contando nossos colégios, ele era do mesmo colégio do menino por quem eu tinha uma paixão platônica, na verdade, era da mesma sala. Tinha os mesmos olhos, a mesma cor de cabelo. Só podia ser ele! Me arrisquei muito quando fiquei com ele naquele momento, mas eu queria apenas ser feliz. Ficamos juntos até o final do baile.

Acreditem, mal dormi a noite de tanta felicidade. Na segunda feira fui à escola radiante, contei o que aconteceu para minhas amigas, elas mal acreditaram. Após a aula fui até o colégio dele.

Quando nos vimos ele me falou oi e saiu. Fui atrás dele e disse:

- Você vai fingir que não aconteceu nada entre nós?

- Você ta louca? O que aconteceu entre nós, garota? – Isso mesmo, ele me chamou de garota!

- Ficamos no baile, sábado!

- Você está louca mesmo, eu nem fui ao baile.

Ele saiu andando e rindo, me deixando a beira de um quase choro. Levei um susto quando uma mão alcançou meu ombro esquerdo, limpei as poucas lagrimas que escorreram e dei de cara com uma expressão triste. Sim, eram aqueles olhos. Eu tinha errado a caça.

- Desculpe se você pensou que eu era outra pessoa.

- Pensei e te desculpo. – o abracei. – Você é muito melhor do que a pessoa que eu pensei que fosse, obrigada!




Não realizei um sonho bobo de ficar com a minha paixão platônica, mas eu encontrei alguém que merecia o meu sentimento e que me fez sentir algo novo: uma paixão de verdade.

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O conto não é real.


E você, já tirou a mascara de alguém hoje?

3 comentários:

  1. ficou muuuito bom, quero um baile destes ):

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  2. haha nossa eu sempre quis ir em um baile de máscaras por causa dos filmes!
    depois desse conto, quis mais ainda!! :)

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  3. se fosse de verdade eu ia ter muita inveja. serio huhsausha

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