quarta-feira, 3 de março de 2010

Como isso foi acontecer?


Nunca tive coragem de contar o que sentia por você. Acredito que você também nem entenderia o meu lado, você nunca gostou de mim. Algumas pessoas até diziam que era o que você queria demonstrar, mas que por dentro você sentia alguma coisa sim.
Eu só admirava você de longe, mesmo porque de perto não ia ser possível. Nem os seus amigos gostavam de mim, nenhum deles.
Arrumava mil desculpas para ir te ver. Tentava me aproximar de conhecidos, tentava saber mais de você, isso me deixava contente, pelo menos saber de você.
Meus dias já não tinham sentido sem você. Acordava e a primeira coisa era imaginar o seu rosto e o seu sorriso, dormia e a ultima coisa a pensar era em você, as vezes eu até sonhava, e sonhos bem longos.
Na escola só sabia pensar em você, as vezes me pegava sorrindo e meus amigos rindo das minhas caras de apaixonada. É a vida.
Um dia, estava em uma aula de Literatura, quando recebo uma mensagem de um numero desconhecido. Até ai tudo bem, mas ela dizia: Seu amor está internado, esta no hospital perto do seu colégio, se quiser ir ver ele p quarto é 102.
Minha ficha não caiu. Podia ser um trote, podia ser qualquer coisa, menos isso, talvez fosse ele ou algum amigo zuando comigo, vendo se eu faria tudo que pudesse mesmo. Mas eu faria! Cheguei para um amigo meu e disse:
- Vamos ao hospital comigo hoje, você pode ficar lá fora, só quero visitar uma pessoa que está internada.
- Claro!
Eu não queria que ele entrasse comigo porque vai que era brincadeira, vai que estavam lá fora rindo de mim. Não queria que meu amigo participasse da brincadeira toda, né?
As aulas passaram o mais devagar possível. Eu lutando contra a tristeza de não saber o que tinha acontecido. Finalmente o ultimo sinal soou e eu sai desesperada pela porta.
Quase não esperei meu amigo, ele teve que correr pra me acompanhar. Eu estava andando muito rápido, estava com medo do que iria acontecer depois disso, na hora que eu chegasse lá, isso tudo podia ser só mais um sonho, seria melhor.
Entrei, meu amigo ficou lá fora, como eu pedi. Eu estava desesperada, disse à recepcionista o nome dele e o quarto e ela confirmou que ele estava lá, era a UTI.
Subi correndo, chegando lá passei pela sala de espera, estavam quase todos os amigos dele, fiquei parada, não sabia mais o que fazer, seus pais também estavam lá, sua mãe chorando. Achei que eles iam querer me colocar pra fora, como eu disse, os amigos dele não gostavam de mim, mas um deles me olhou bem e aponto pro final do corredor, acho que dizendo que era pra lá. Acenei que sim com a cabeça e fui até lá.
Não eram paredes, eram vidros, quartos cheios de aparelhos, pessoas dormindo sonos profundos e o medo me atingia mais e mais. Cheguei até o quarto dele. Não me contive, as lágrimas saíram sozinhas. Ele estava tão tranqüilo, não fazia cara feia ao me ver, ele não me via. Entrei no quarto, ele estava deitado, cheio de fios pelo corpo todo, dormindo profundamente. O aparelho ao lado media seus batimentos e fazia barulho. Isso só me deixava pior. Cheguei perto, peguei sua mão que não estava muito quente, respirei fundo e disse não muito alto:
-...Eu sei, você pode não querer que eu esteja aqui, você não gosta de mim, seus amigos não gostam de mim, talvez ninguém esteja a vontade aqui. Prometi a mim que ficaria longe de você, mas olha o que aconteceu, não consegui. Mas enfim, olha como o destino me fez chegar perto de você...- respirei fundo, eu estava chorando tanto que mal conseguia falar, cheguei mais perto dele e apertei mais sua mão -...essa situação é horrível, como pode estar acontecendo com você, bem com você. Ainda não acredito. Isso tudo é tão estranho, eu nem sei o que aconteceu, eu nem sei quem me contou que você estava aqui. Eu só sei que agora estou aqui, só sei que tudo vai ficar bem e voltar a ser como era antes, você e eu longe um do outro, eu juro que vou me controlar mais, eu te juro que nada disso nunca vai voltar a acontecer, eu vou estar sempre te protegendo, de longe. – Engasguei com o choro, eu precisava ir embora, era uma UTI. - ... Eu te amo...
Antes que eu soltasse sua mão, ele mexeu o dedinho. Eu juro que ele mexeu. Talvez tivessem razão, talvez esse mesmo sentimento existisse em nós dois. Só sei que quando ele melhorou, meu coração se recuperou muito bem.

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Essa mexeu com o meu coração :')

Um comentário:

  1. Oii nataaany, =D
    nossa, amei esse conto...lindo demais!!! Quase chorei... =/
    Você escreeve muito beem viu ?! =D
    beeeijos, :D

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