terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ao Meu Lado


Faltavam três dias para a véspera de Natal e eu estava indo para a estação, onde pegaria um ônibus para visitar meus avós. Eles moram no interior e todos os anos eu ia passar o Natal por lá. Como você percebe, dessa vez não parecia ser diferente.

Coloquei minhas bagagens e subi para escolher uma poltrona no fundo. Eu sabia que, como estava sozinha qualquer um poderia sentar ao meu lado, então não esperei que o príncipe estivesse naquele ônibus. Ia só dormir e ouvir umas boas musicas.

Não deu nem tempo de eu ligar o Ipod, um garoto lindo entrou no ônibus e veio em direção do fundo. Acredito que eu tenha ficado de queixo caído, porque ele deu um leve sorriso e, depois de perguntar se o lugar estava vago, se sentou ao meu lado, também com fones de ouvido. Fiquei com vontade de olhar para ele sem parar, mas eu ainda tinha umas boas horas pra isso, então só fiquei escutando musica e me fazendo de difícil.

Depois de algumas horas ele pegou no sono e, como não tinha lugar para encostar, sua cabeça caiu sobre meu ombro. Eu fiquei sem me mexer, com medo de acordá-lo. Assim ficamos até o final da viagem, quando eu disse que tínhamos chegado e ele sorrindo quando disse:

- A gente se vê.

Fiquei uma semana com meus avós. Gosto de vê-los, mas gosto de sair também, então fui dar uma volta por ali mesmo até dar o horário da viagem de volta para casa. Quis ir sozinha, porque precisava tomar um ar e olhar o movimento.

Cheguei em uma praça e sentei-me no degrau da fonte. Fiquei apenas olhando as pessoas passarem, eu estava sozinha ali na cidade, devia ter pensando em levar alguma amiga comigo, seria mais fácil, os dias passariam mais rápido. Comecei a pensar no garoto que tinha se sentado ao meu lado no ônibus e, de repente, alguém me pergunta:

- O lugar do seu lado ta vago?

Por mais que eu não acreditasse, eu estava vendo. Era ele. Primeiro eu fiquei um pouco tímida enquanto ele ria, me fazendo rir. Depois começamos a conversar, mas não falamos muito sobre nossas vidas, mas falamos sobre todo o resto.

Chegamos um pouco atrasados na estação e já fomos guardando as malas, ele tinha me ajudado a carregar até lá. Nos sentamos no mesmo banco da ida, só que dessa vez éramos amigos, ou pelo menos conhecidos.

Dessa vez foi eu quem voltou dormindo e encostada nele. Confesso que no começo apenas fingi, era muito bom estar tão próxima dele, sentindo seu perfume. Depois que ele começou a fazer cafuné, eu me rendi ao sono.

Quando chegamos na estação descemos do ônibus e fomos nos despedir. Fui direto em sua bochecha, mas ele desviou e me deu um selinho. Quase morri de vergonha, mas ele me abraçou e parecia estar tudo bem, tudo muito bem.

Estava no ponto esperando para ir pra casa, pensando que não ia mais vê-lo, quando percebo que alguém colocou as malas no chão, perto de mim. Era ele de novo. Sem ao menos saber, morávamos em bairros próximos. Entramos no ônibus e nos sentamos no mesmo banco. Depois disso não ficamos mais em bancos vazios.





Ás vezes você procura tanto alguém em lugares mais fáceis que, quando está em outros, diferentes, esquece que o amor da sua vida pode estar ao seu lado.

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Esse conto Não é Real.



E você, como passou o Natal? Bem acompanhado(a)?

6 comentários:

  1. Queria que meu natal tivesse sido assim :/
    muito lindo

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  2. Nossa, queria que fosse fácil assim huauhauhau Lindo !

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  3. Nossa, queria que o meu natal tivesse sido assim +1

    Muuuito lindo *-*

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  4. Por que você parou de postar ? Eu gostava muito dos seus contos.

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  5. Pessoal, não tenho tido mais tempo nenhum para ter criatividade e postar. Peço desculpas, eu também adorava escrever e sentir que várias pessoas encontravam-se nos contos. Tomara que eu ainda consiga voltar e renovar o blog. Obrigada pelo carinho, obrigada mesmo. s2

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