domingo, 12 de dezembro de 2010

Visita Inesperada


Nunca reclamei demais da vida. Sempre estive feliz com meus amigos e familia, acredito que seja uma das coisas mais importantes. Não queria coisas demais, eu até tinha um namorado! Saiamos muito e não eramos de brigar, meus amigos gostavam dele e os dele de mim.

Foi em um dia comum, papai chegou em casa com um largo sorriso no rosto, depois de muito tempo sem sorrir, e contou a "ótima" novidade: mudar de estado. Ele recebeu uma proposta irrecusável no emprego e, claro que, aceitou.

Na hora nem pensei em nada, fiquei até bem de ver ele e mamãe se abraçando e entusiasmados com a futura mudança. Meus irmãos mais novos ficaram felizes também, a reação deles foi quase melhor que a dos meus pais, mas acredito que não tenham entendido que teriam que largar TUDO para mudar.

Só comecei a ficar magoada no meu quarto, quando parei pra pensar na vida, na minha vida. Áquela que eu nunca reclamei, que era boa demais. Talvez por isso que aconteceu tudo, porque tava boa demais.

Chorei no meu quarto, em silencio. Não queria ninguém mal por minha causa, bem agora que estavam todos felizes. Minha irmãzinha de 4 anos entrou no quarto perguntou o motivo para o meu choro, expliquei que teríamos que deixar nossos amigos por aqui. E ela começou a não gostar da ideia de deixar seus amiguinhos da escolinha.

Acabei contando para meus amigos apenas dois dias antes de me mudar, não queria ficar me despedindo por muito tempo, não queria magoar ninguém e nem a mim. Quando ao Diogo, meu namorado, não teve jeito. Terminamos forçados, isso me magoou demais, ele não se conformava, me ligava de 5 em 5 minutos perguntando se não era tudo mentira.

Viajamos. De avião eram 3 horas de viagem, de carro deviam sem mais de 10 horas. Pensei em como faria pra ficar visitando quem deixei por lá, meus amigos, o Diogo, seria complicado e eu sei que sentiria muita falta, mesmo fazendo amigos novos.

Na primeira semana foi uma adaptação, meus irmãos fizeram amiguinhos rápido, mas eu tinha apenas alguns colegas. Falava com meus amigos todos os dias pela Internet, mas o Diogo sumiu, nem o telefone atendia. Pensei que talvez estivesse me evitando para não sofrer tanto, ou seguiu em frente.

Passou-se, então, um mês, a saudade tava brava, acho que em mais um mês ela ficaria doentia. Era sexta-feira, e eu nem saia tanto, não tinha amigos pra isso, só colegas, que me chamavam, mas eu achava chato ir de "intrometida".

Antes de voltar passei na praia, que era caminho do colégio para casa. Acho que aquilo foi a única coisa boa da mudança. Ter a água cobrindo meus pés, aquele sentimento de alivio, onde todos os sentimentos me abandonavam por instantes e voltavam com força depois. Eu perdia a noção da hora.

Cheguei em casa e minha mãe estava rindo sozinha. Perguntei o porque e ela disse que viu uma coisa engraçada na televisão, acabei nem desconfiando de nada. Eu nem estava com cabeça pra isso.

Entrei no meu quarto e coloquei a mochila na cama. De repente, a porta fechou sozinha. Atrás dela tinha um sorriso lindo, que me deixava boba toda vez que o olhava. Seu dono era o Diogo, que foi me visitar e passar o final de semana. Depois de sair de trás da porta ele me deu um abraço muito apertado e um beijo dominado pela saudade. Depois disso distancia nenhuma nos separou.



Não deixe que a distancia acabe com os melhores sentimentos. Perto deles, ela não significa nada além de saudade.

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O conto não é Real.




E você, já sentiu saudade de alguém hoje?


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