sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Apenas Olhares


Férias, na realidade, foram feitas para o descanso, mas para a maior parte dos adolescentes férias significa sair mais do que no resto do ano inteiro. Era o que eu estava fazendo, saindo e aproveitando meus amigos enquanto não precisava me preocupar com muita coisa. E foi em uma dessas “saídas” que essa história aconteceu.

Eu e alguns amigos fomos á uma lanchonete para conversar e rir um pouco, afinal, não tínhamos nada melhor para fazer. No começo não tinha quase ninguém nas outras mesas, mas aos poucos as pessoas foram chegando. Foi ai que um menino, muito bonito por sinal, entrou com três meninas, uma delas estava de mãos dadas com ele.

Na hora quebrei o olhar entre nós, não queria nada com um garoto comprometido. Me sentiria egoísta de fazer isso. E se eu fosse a namorada dele? Se eu fosse a traída? Não, nem olhares eu queria com ele.

Tentei ignorá-lo a tarde inteira, mas certas vezes eu pegava ele me olhando. Me distrai com meus amigos enquanto conversávamos muito sobre várias coisas. Consegui até esquecer do garoto em alguns momentos, mas ele, quase sempre, não deixava.

Quando ele e as meninas levantaram-se para ir embora, ele me olhou fixamente, até sua namorada me olhou. Fiquei um tanto constrangida, pois enquanto ele me secava com o olhar, ela me matava. E eu sabia que a culpa não era minha, era dele.

Passou-se um tempo, confesso que me esqueci dele completamente. Nunca me peguei pensando nele, eu nem sabia o seu nome, mas se visse-o outra vez me lembraria. E foi assim que o destino quis, nos encontramos novamente.

Foi na mesma lanchonete, dessa vez ele estava sozinho, olhando para o relógio. Me sentei e uma mesa afastada, eu estava com as minhas amigas. Um colega dele chegou, eles se cumprimentaram e ficaram sentados conversando. Ele não parava de me olhar um só segundo. Eu, não sabendo se estava comprometido, resolvi não devolver os olhares.

De repente, minhas amigas decidiram que iam fazer o pedido e, sem me consultar, pediram que eu ficasse lá, dizendo que era rápido. Foi essa a deixa pra ele pedir licença ao amigo e se sentar na minha mesa.

Fiquei boquiaberta quando ele se sentou, sorrindo. Logo que eu ameacei xingá-lo, ou algo do tipo ele colocou um dedo em meus lábios, me fazendo fechá-los. E disse, calmamente:

- Primeiro eu – sorriu tranqüilamente – não estou mais namorando, terminamos há bastante tempo, depois que eu te vi, se é que você quer saber! – É, eu queria, e muito! – Não consigo parar de pensar em você, venho nesta lanchonete quase três vezes por semana, até meus amigos estão achando que é tudo minha imaginação, menos aquele ali – disse apontando para seu amigo, que acenou – que ta vendo você. Bom... – ele respirou fundo – quero tenta te pedir uma coisa. Quero uma chance, quero ser ao menos seu amigo. Eu sinto que eu tenho que ter você na minha vida. Quero que seja mais que amizade, mas sendo minha amiga já ta bom. Por favor, não me deixa mais te esperando...Eu não vou aguentar de novo. Me diz o seu nome...

- Gabriela.

Precisei de uma palavra e um sorriso pra ele se aliviar. Depois disso ele se levantou, me pegou pela mão e, eu, ingênua, pensando que ia me levar a algum lugar, me deu um beijo romântico e toda a lanchonete parou para nos olhar. Nosso primeiro beijo. E depois de dois anos, ainda não sai da vida dele e ainda vamos áquela lanchonete, pelo menos uma vez por semana.




Dizem que as mulheres falam muito mais que os homens, mas as necessidades e as ocasiões pedem poucas ou muitas palavras. Tenha certeza, a melhor palavra se resume em um gesto.


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O conto não é Real.




E você, trocaria um "Eu te Amo" por um beijo apaixonado?


4 comentários:

  1. Gostei, liindo como sempre !!

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  2. lindoooooo! *-*
    gostei pra caramba! =D

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  3. nossa queria que isso acontecesse comigo. huhahuha lindo !

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  4. Cada história que eu leio aqui eu me sinto mais "encantada". Parabéns !

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