segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quero Te Encontrar


Era apenas mais um dia normal. Um desses dias em que a gente não tem quase nada. Um desses dias que é só apenas mais um na nossa rotina. Igual ontem, parecido com amanhã. Bom, pelo menos era o que eu pensava.

Eu estava indo fazer uma entrega. É, eu trabalho. Fui a pé mesmo, pois o lugar era próximo. Quase todos os dias eu tinha que fazer entregas e, pelo caminho, observava todas as pessoas que passavam por mim. Ou quase todas. Algumas chamavam atenção.

Um dia desses, observei uma garota. Ela era loira e de olhos azuis, era uma daquelas garotas que você olha e fala “Nossa, ela deve ser demais!”. Naquele momento tive vontade de conhecê-la, mas coragem eu não tive.

Depois disso, passei a vê-la quase todos os dias quando ia fazer minhas entregas. E eu sempre desejava a mesma coisa: conhecer ela. Não era nada doentio, eu tinha essa vontade apenas quando via ela, depois eu esquecia.

E em mais um dia desses que a gente pensa que não vai acontecer nada, que a gente não espera que aconteça nada, aconteceu. Lá ia eu fazer mais entregas, quando, de repente ela atravessou a rua. Eu continuei andando, mas dois senhores estavam conversando na calçada e só havia espaço para uma pessoa passar, ou eu, ou ela, então eu sorri e falei para ela:

- Pode passar.

Ela apenas sorriu de volta. Depois disso continuei andando, até que escutei ela falar, enquanto tirava o fone de ouvido:

- Então...Qual seu nome?

Esse foi o inicio da nossa conversa. Depois que soubemos um o nome do outro, ela comentou que já tinha me visto antes, fiquei um pouco surpreso. Perguntei se ela trabalhava, ela disse que sim e que sabia onde eu trabalhava. Dessa vez eu fiquei sem saber o que falar. Isso queria dizer que ela também me notava, do mesmo jeito que eu notava ela, talvez.

Não tive coragem de ir falar com ela quando apenas a observava, pensava que ela nunca havia me notado antes, mas descobri que era recíproco. Toda vez que passo por ali olho para todos os lados buscando achá-la, às vezes acontece, às vezes não.





Talvez ambos sintam o mesmo, mas você tenha medo disso. Vá atrás ou, como no meu caso, ganhe um empurrãozinho.

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O dono do conto deseja permanecer anônimo. O conto é Real.



E você, já precisou de empurrãozinhos?

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